Quer pagar quanto?

26-junho Espiritual , Família

Sejamos sinceros… ninguém gosta de perder.

Do par ou ímpar ao pique-esconde, nas peladas de futebol ou até no cuspe à distância – modalidades intensas e extensas das Olimpíadas da nossa infância e meninice – quem é que gostava (ou gosta) de se dar por vencido?

No lugar do mel e dos louros, o triste agouro do fel, a dura realidade de não ter sido o melhor…

Já diria o ditado tão cravado e calcado em nosso imaginário popular: o vice, é só o primeiro dos últimos…

E assim, fomos e somos criados e condicionados: crescer, construir, conquistar, prevalecer… verbos que conjugamos de modo absolutamente natural, e dos quais não abrimos mão, mesmo diante de realidades que aparentemente soam improváveis em dados contextos.

Estudar? Trabalhar? Casar? Aonde morar? É simples! Basta se atentar: o que dá o máximo de retorno (entenda-se, dinheiro, prazer, auto-satisfação), preferencialmente com o menor esforço ou abnegação possível do “meu Eu”?

Quanto vale? Está na promoção? Gasolina ou álcool, carro ou avião? Aproveite a incrível liquidação: dois, pelo preço de um… que tal? Nada mal, vou levar, vai que eu precise… nessa crise, é melhor se precaver!

Ações, aplicações, seguros, imóveis… qual o melhor negócio? Onde está a grande oportunidade?

Eis o custo-benefício: a ferramenta mais aguçada da máquina chamada homem… o combustível que aditiva nossos conceitos e preceitos, diante da selva da vida.

E, no fim das contas, no perde e ganha, toma lá dá cá, aqui ou acolá, o que importa, definitivamente, é sempre o útil eficiente.

Não me entenda mal…

Longe de mim desabonar a busca e o apreço ao mérito, bem como o reconhecimento do suor como meio digno e legítimo de acesso ao pão, em elogio velado a mediocridades frustradas e frustrantes.

Mas…

Será que não temos corrido demais atrás do vento?

Será que essa avidez pelo “mais e melhor” não tem sido uma triste forma de morrer de sede, com o copo d’água em nossas mãos?

Abrimos mão dos prazeres mais simples, das emoções mais singelas, das coisas absolutamente despretensiosas e desinteressadas, que não têm espaço em bolsos cheios e agendas apertadas…

Um sorriso? Custa empatia…

Uma prosa gostosa? Gasta tempo…

Filhos, família? Quem sabe um dia, depois que tudo o que é importante ja estiver ao meu alcance… por ora, avance!

O meu próximo? Anda bem distante… pois já estamos suficientemente ocupados, com nossas telas e teclas coloridas de solidão: “ah, essa não, meu celular descarregou, a Internet está ruim… e agora, o que será de mim?”

Deus? Já estamos ocupados demais com aqueles que conseguimos enxergar, e com quem interagimos…

E seguimos a marcha de uma caravana caótica e caolha, a tropeçar e se perder pelo caminho, por tanto olhar para si mesma… que se pergunta “o que há de errado”, mas não se corrige ou muda de lado… que no afã de ganhar o mundo inteiro, está perdendo a própria alma.

Neste dia, que se inicia talvez já tão atarefado, que ainda exista tempo para recordar:

1. Que o Maior, Jesus de Nazaré, se fez o menor, por amor de mim e de você.

2. Que o Seu Reino não é desse mundo, e só se faz acessível aos que se dispõem em colocar tudo a perder.

3. Que o melhor investimento, como bem disse Jim Elliot, é abrir mão do que não podemos reter, em troca daquilo que não podemos perder.

Viva para a eternidade, amado!

Viva do Eterno, por Ele e para Ele!

“Respondeu Jesus: Digo-lhes a verdade: Ninguém que tenha deixado casa, mulher, irmãos, pai ou filhos por causa do Reino de Deus deixará de receber, na presente era, muitas vezes mais, e, na era futura, a vida eterna”.  Lc 18:29,30

Perdas, riscos, prejuízos… quem sabe não sejam estes, os melhores investimentos do dia?!

Com apreço,

Deste amigo

Rodrigo Abreu